terça-feira, 10 de abril de 2012

O SENHOR DAS ÁGUAS - UNIDADE VIII CAPÍTULO 6 (CONTINUAÇÃO)


Esta que era a Era do Cinismo Universal, talvez não deixasse muitos sobreviventes depois que a onda de purificação passasse pela Terra sôfrega de justiça...

Este pensamento perpassou e mente de Felipe, quando, já cochilando ele também, foi despertado por uma advertência muito séria por parte de Celha Regina: 

– Presta muita atenção ao que vou te dizer, Felipe – sussurrou ela, embora o barulho dos rotores impedisse mesmo que qualquer daqueles soldados escutassem o que ela iria dizer...

– Você deve ir para Boa Vista e entregar o relatório pessoalmente ao General Barreiros – arrematou ela...

– Você ficou louca?! Como eu vou passar por cima do...

– Ele vai mandar você pra lá, Felipe! Ouve o que eu estou te dizendo...

– Caralho, Celha! O que é você? Uma bruxa, por acaso?!

– Nem uma coisa nem outra, mas posso prever com 100% de precisão o que vai acontecer neste caso. Você irá pra Boa Vista amanhã, e quando isso acontecer, não olha pra trás...

– Mas porque você está me dizendo isso, porra?!

– Chiu!... Tudo isso que nós vivemos aqui hoje... não te diz nada?

– Há muito tempo eu vejo por trás deste véu de poeira que nos cobre. Tudo o que nós estamos vivenciando... Eu não acredito mais nesta civilização, Celha...

– Presta atenção, Fê. Esta civilização, o que nos resta dela, o que ela nos legou, o que nos liga a ela, ou nos afasta, tem uma razão de ser...

– Isto eu sei muito bem...

– Espera. Ouve. Há muito mais por trás das cortinas deste teatro bufo...

– Eu sei!

– Não sabe da missa a metade – retrucou Celha, sorrindo com algum escárnio, mas não em relação a Felipe, e sim da situação mentirosa que as pessoas julgam conhecer e não desconfiam sequer um cadinho. – Se você soubesse realmente, talvez estivesse do meu lado... (CONTINUA NA QUINTA)

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