Horas depois voltou
Mouzon...
Trazia uma
quentinha para entregar ao prisioneiro, que não comera nada desde que chegara à
sede da Polícia Federal de Boa Vista.
Mouzon entrou na
sala com o mesmo espírito que saíra horas atrás, porém imbuído dum espírito
mais galhofeiro, disposto a brincar com o prisioneiro, do mesmo jeito que o tal
Castro, ou Salas, tentava brincar com ele, desgastando-o emocionalmente.
– Trouxe algo pra
você comer, Salas... – o Comandante pegou a quentinha com certa desconfiança. –
Experimente. Está muito bom. Não quero que depois você diga ao seu advogado que
morreu de fome nas dependências da Polícia Federal.
Salas abriu a
embalagem prateada flexível, olhando seu conteúdo, mas não manifestou qualquer
emoção visível.
– A comida é muito
boa... É de um restaurante aqui do lado... Muito melhor que a da penitenciária
de segurança máxima aonde o senhor irá daqui a uns meses...
Castro não se
alterou. Ele ia abrindo aquele mesmo sorriso debochado, quando foi provocado
por Mouzon:
– A propósito,
“Señor Amarilla”... Este é o seu nome verdadeiro, não é?
Castro, ou Salas, ou
talvez Amarilla, perdeu o bom humor no ato...
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