quinta-feira, 26 de maio de 2011

A SOCIEDADE DO VRIL CONTINUA VIVA E ATUANTE - CONTINUAÇÃO

(...) O cerco foi apertando paulatinamente após a fuga precipitada de Valparaiso.

Cinthia e eu quase perdemos a vida nesta instância balneária às margens do Pacífico. Estávamos sozinhos contra os nazistas do IV Reich. O governo norte-americano já contava Cinthia como baixa de guerra, o que significava dizer que não poderíamos contar com nenhum apoio oficial. Felizmente, a rede de ex-agentes que Cinthia conhecia pelo mundo era enorme, e todos eles, em maior ou menor grau, deviam favores a ela.

Desta forma deixamos Valparaiso como passageiros clandestinos de um barco pesqueiro suspeito, porque eu não podia contar com a minha imunidade diplomática nesta circunstância excepcional, os nazistas estariam de olhos atentos, e eu, certamente, seria carne queimada.

Por isso Cinthia foi obrigada a se disfarçar utilizando-se de todos os truques  que aprendera em sua carreira de atriz, porque, de outra forma, também seria alvo fácil.

Todos, no barco, sabiam quem éramos exatamente, no entanto, nenhum daqueles homens era pescador tampouco. Dois deles, um chileno de nome Diaz, não sei se este era o seu nome verdadeiro, e um frances, que usava igualmente um nome de origem espanhola, fugiam dos serviços secretos ocidentais e soviéticos. Ambos eram agentes duplos.

O incidente mais grave da travessia para a Argentina se deu quando fomos interceptados logo após ultrapassar a fronteira. Sabíamos que os governos argentinos do passado tinham sido coniventes com os trânsfugas nazistas, mas os militares da década de setenta eram, em sua maioria, pró Estados Unidos.

Os nossos documentos foram perfeitamente falsificados. Já disse que nenhum daqueles homens no barco era pescador de fato, mas excetuando-se os dois agentes duplos, também em fuga, todos os demais eram agentes secretos a serviço do governo militar chileno, entretanto, o "comandante" do barco era um daqueles que devia a vida à Cinthia...

Vou encurtar a história o máximo possível...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A SOCIEDADE DO VRIL CONTINUA VIVA E ATUANTE - CONTINUAÇÃO

Cinthia e o “comandante” do barco, cujo codinome era “Garcia”, estavam em Bonn numa ocasião em 1965. Ela em uma excursão com a peça Macbeth, em turnê pela Europa, que se encerrava justamente na capital da Alemanha Ocidental. Muito oportuno! “Garcia” era adido militar chileno junto à embaixada do Chile na Alemanha Ocidental.

A missão secreta de Cinthia consistia em interceptar um filme em poder de um agente soviético que, supunha-se, continha certos segredos militares da OTAN.

E a missão de “Garcia”? Era justamente receber este filme e levá-lo para o Chile, que era governado na época por Salvador Allende, que, segundo a inteligência dos países componentes desta mesma OTAN, era absolutamente inclinado à Moscou.

Numa das festas de encerramento da temporada de Macbeth em Bonn, oferecida pelo prefeito da capital, Cinthia foi apresentada ao “Garcia”, que, como espião chileno pró-soviético, e funcionário da embaixada, marcava presença em festas como esta para estar sempre a par das novidades.

Acontece que o outro lado também se movimentava. Garcia esperava receber o filme nesta festa, mas o espião soviético já fora identificado por dois agentes alemães da OTAN. Cinthia não os conhecia pessoalmente, mas simulando uma aproximação para efeito de autógrafos, um destes agentes passou uma informação escrita a ela relatando tudo, e uma foto: exatamente a do agente soviético.

Contudo, este agente, um dos melhores da ex-União Soviética, conhecido como Capitão Yuri, conhecia o verdadeiro trabalho de Cinthia, não se sabe como, e já havia identificado também os dois agentes alemães.

Ora! Não era difícil perceber, para um homem inteligente e treinado como o Capitão Yuri, que se a entrega fosse feita ali naquela festa, o filme não sairia da Alemanha Ocidental, como pretendia a União Soviética, e muito provavelmente o agente chileno seria identificado pelos serviços de inteligência ocidentais. E, de fato, até aquele momento, ninguém conhecia a identidade do receptador, nem mesmo a KGB. Eles haviam combinado um código muito simples para mútua identificação: ambos estariam usando um pequeno broche: a efígie de Che Guevara em metal cromado. Somente alguém que se aproximasse de muito perto poderia identificar o broche.

Os dois agentes inimigos devem ter se encontrado no banheiro, mas nenhuma troca fora efetuada. Eles combinaram se encontrar fora dali. Como Cinthia descobriu isto?

Havia um terceiro agente disfarçado de servidor público responsável pelos toaletes. Um lugar como este não poderia ficar sem uma constante fiscalização.

Garcia e o Capitão Yuri deixaram a festa da prefeitura de Bonn. Cinthia estava na pista deles...

              Semana que vem a conclusão deste caso...

sábado, 7 de maio de 2011

A SOCIEDADE DO VRIL CONTINUA VIVA E ATUANTE - CONTINUAÇÃO

Desde o primeiro momento nunca tive ilusões em relação a esta aventura que o destino me lançava de maneira assaz objetiva. Muito pelo contrário! Todo o glamour, o charme, as aventuras inigualáveis que as pessoas assimilaram ao universo da espionagem, por conta dos filmes de Hollywood, na vida real, muitas vezes, se apresentam de forma diversa, e este caso, particularmente para mim, se me configurava de difícil solução, não fosse o tamanho da teia ao qual fui me enredando aos poucos, inexoravelmente.

Assim que cheguei ao aeroporto John Kennedy entrevi que era observado discretamente. Não sei como pude perceber isto, uma vez que sou um sujeito bastante distraído no dia a dia ordinário, embora minha busca por Cinthia se mostrasse a milhas de distância do epíteto de “ordinário”.

Algum tempo depois, também não sei como, cheguei a conclusão de que talvez a função daquele homem, principalmente no Chile, fosse não só vigiar-me, como também deixar-me em estado de eterna apreensão, posto que eu, não pertencendo à categoria dos espiões profissionais, poderia perder a calma com facilidade ao saber-me espionado constantemente, ainda mais que, em momentos a posteriori, este cidadão transparecia, de forma extravagante, eu diria, não ter nenhum cuidado em relação a sua proximidade em relação a mim.

Resolvi fazer um teste...

Ainda que eu não fosse espião, no sentido lato do termo, não poderia ser taxado de falto de inteligência...

Passei a dissimular falta de cuidado, visível ao homem que me vigiava, o que poderia significar, numa linguagem técnica corporal, que eu estava na pista de alguma informação muito importante para aqueles que desejavam afastar-me delas, o que explicava a minha falta de cuidado e uma suposta ansiedade.

Uma coisa era óbvia para os homens, ou organização, que queria atrapalhar meus planos: ela devia conhecer o meu relacionamento com Cinthia...

Dias após minha chegada à Valparaíso(...)
NOTA: ESTE PONTO ESTÁ BASTANTE PREJUDICADO NO ORIGINAL. NÃO SEI SE PROPOSITADAMENTE OU NÃO. PARECE QUE HOUVE UMA TENTATIVA DE APAGAREM-SE OS PRÓXIMOS PARÁGRAFOS, PORQUE EXISTEM LINHAS BORRADAS, TALVEZ MOLHADAS, UMA VEZ QUE O TEXTO ORIGINAL FOI IMPRESSO EM COMPUTADOR. COMO EU NÃO TENHO COMO ENTRAR EM CONTATO COM O AUTOR DESTE TEXTO, ESPERO QUE ELE AINDA ESTEJA ACOMPANHANDO  O BLOG E INTERCEDA A NOSSO FAVOR, ENVIANDO-ME A CONTINUAÇÃO DESTA PARTE, OU OUTRO TEXTO INTEGRAL.  AGUARDEM, PORTANTO, O QUE VIRÁ... OBRIGADO.