sábado, 22 de setembro de 2012

O SENHOR DAS ÁGUAS - UNIDADE XI - CAPÍTULO 5 - PARTE 4


E flagrou-a debruçada sobre o seu laptop...

Sylvia perdeu a cor.

Num primeiro momento a ânsia de Celso foi voar no pescoço de Sylvia e torcê-lo com requintes de crueldade, mas entendeu rápido demais que não deveria chamar a atenção da secretária para o que ela acabara de ler no seu computador...

– Quem deu ordem pra a senhora entrar na minha sala, D. Sylvia? – disse ele sério, demonstrando autoridade, mas sem perder a linha.

– Não... É que... O alarme apitou no seu laptop, Senhor... Aí eu fiquei com medo que fosse alguma coisa muito importante, e como o senhor não se encontrava aqui na hora que a mensagem chegou...

– Está bem, D. Sylvia. Eu já entendi tudo. Por ora é só. A senhora pode se retirar...

Sylvia saiu cabisbaixa, mas Celso não tocou mais no assunto.

– Eu quero que a senhora tente localizar Dona Wirna...

– O celular dela não atende, seu Celso – respondeu a pobre e assustada Sylvia, que tremia pelo corpo todo. – Eu já tentei.

– A senhora já saiu pra almoçar?

– Ainda não, seu Celso.

– Então pode ir agora... Está muito calmo isso aqui hoje...

– É mesmo, seu Celso – volveu ela, ainda nervosa. – O próprio telefone quase não tocou e eu fiquei sem ter o que fazer... Bom, de’x’eu ir, seu Celso...

Sylvia saiu do escritório dos patrões, amaldiçoando a própria imprudência. Seu medo era visível...

E se o Celso contar o que aconteceu pra dona Wirna e ela me mandar embora?

Ai, Sylvia, como você é burra!

Ah!... Quer saber?... Foda-se a Sweetwaters!

Ela foi almoçar, balançando os ombros caídos. Não tinha muitas esperanças nos homens...

Tampouco nas mulheres...

Minha vida é uma merda mesmo!

Foi o último pensamento de Sylvia Salgado antes que a porta do elevador se fechasse...

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