quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O SENHOR DAS ÁGUAS - UNIDADE XI - CAPÍTULO 5 - PARTE 1


Que desperdício do meu tempo eu ficar aqui à toa, olhando pra merda dessas divisórias de madeira, quando não tenho nada pra fazer nem ninguém pra conversar, mas onde estão as pessoas que trabalham neste escritório?...

Não acredito que haja alguém amigo do trabalho por aqui...

Droga!

Ela desabafa, bufando pelas lindas narinas dilatadas de uma raiva finita, porque hoje é o seu dia, embora ainda não o saiba...

Que merda de vida é essa qu’eu levo a minha vida toda sem nenhuma perspectiva de melhora?

Ela espuma contrariada, maldizendo sua canhestra sorte, porém reconhecendo que não é formada, o que não lhe permite vislumbrar horizontes melhores do que este...

Então ela ora aos céus azuis mais uma vez...

Ai meu São Jorge! Me dê a benção de ganhar na loteria e passar o resto da minha vida fazendo cruzeiros pelas Ilhas Virgens...

Não é uma idéia lá muito original...

Mas tudo vale a pena quando a vida é pequena.

Idéias curtas nos levam logo ali...

Porém, quando a imaginação trabalha, o atalho não é curto.

Esta, sim, tem qualquer coisa de sensacional! Uma vez que Sylvia Salgado estava absolutamente apática do ponto de vista produtivo...

Mas isto não era tudo o que se depreendia de suas palavras ocas...

Ou melhor, pensamentos frívolos, vãos, próprios de uma mente ociosa, limitada, porquanto nunca teve oportunidade de enxergar, embotada pela sociedade produtora de bens de consumo Ltda...

Entretanto Sylvia Salgado estava muito longe desses conflitos de consciência...

E, no entanto, ela seria a peça fundamental e involuntária na virada espetacular do jogo de sobrevivência que estava prestes a começar...

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