domingo, 7 de outubro de 2012

O SENHOR DAS ÁGUAS - UNIDADE XI - CAPÍTULO 6 - PARTE 2


OK...

Mouzon também não a conhecia...

Certo.

Porém Felipe ignorava que este inimigo possuía alguns tentáculos, e que o seu novo amigo acabava de descobrir dois deles.

Felipe deixou o hotel onde estava hospedado a três dias, em Copacabana, na zona sul do Rio. Não deu nenhuma satisfação a Flávia para sair de casa, nem achava que precisava. Não levara muita coisa com ele, apenas o essencial para tocar sua vida nesses primeiros dias depois do despertar, quando, decididamente, afirmara todos os seus valores, abrindo uma guerra declarada contra seu mundo insustentavelmente avesso.

Flávia também não o procurara, ferida no seu orgulho feminino. Para Felipe este nome pertencia ao passado.

Largaria o Exército, a Marinha, a Aeronáutica! Tudo o que cheirasse a instituição solidamente constituída, porque, no seu íntimo, queria acabar com tudo, tijolo por tijolo, desta civilização caótica.

Mas não se enganem!

Não se tratava de um senso de destruição alucinado, inconseqüente, demente mesmo. Não. Era a resposta de uma mente consciente contrária a uma sociedade suicida, que alimentava outras tantas mentes criminosas, em todos os sentidos e direções; uma “organização” que precisava ser demolida com a inteligência de um líder puro de coração, que tivesse a coragem necessária para revelar ao mundo que o Rei estava nu.

Felipe não acreditava ser ele este homem, longe disso. Mas alguém tinha que enlouquecer, no bom sentido, e começar a cavar a estrada que amanhã serviria a todos os demais.

Este episódio da reserva Raposa Serra do Sol indicava o ponto ômega de todo o processo, embora, ao mesmo tempo, significasse também que o tiriteiro que manipulava as marionetes estava bem atento aos ventos da mudança, e trabalhava arduamente para consolidar todo este poder de lodo e cadáveres.

Felipe não queria saber de mais nada; acabara de morrer para este mundo dos equívocos milenares.
Ele chegou até a praia de Copacabana...

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