– Onde eles se
meteram?
Não obteve nenhuma
resposta.
Todos se
entreolharam meio aparvalhados.
– Verifiquem os
comunicadores deles...
Os mesmos foram
verificados.
Não havia resposta.
– O que será que
aconteceu a eles? – perguntou um perplexo Mascarenhas.
Siboldi limitou-se
a murmurar uma resposta incompreensível.
– Tente de novo –
voltava a ordenar.
Gusmão verificou o
aparelho...
Nada.
Os soldados em
torno dos três oficiais não se pronunciaram...
Tinham um
condicionamento tácito...
Criados para
obedecer...
Mais nada.
– Bem, eu não sei o
que aconteceu àqueles incompetentes... – disse Siboldi, irritadiço. Os três
militares olharam na direção que era o foco de sua missão. – Aí está o
acampamento dos grileiros...
Uma intensa
atividade humana se desenvolvia como se fosse a coisa mais natural deste mundo.
Várias barracas de camping se espalhavam pela clareira aberta no meio da Raposa
Serra do Sol. Não havia nenhum sinal de índios ou de seus representantes,
apenas homens brancos, colonos ilegais prestes a assentarem-se numa terra que
não lhes pertencia.
– O que vamos fazer
Capitão, sem a cobertura deles? – perguntou um preocupado Mascarenhas.
– Mesmo que eles
estivessem no posto que eu ordenei... – volveu Siboldi – não poderíamos fazer
nada. É muita gente. Provavelmente estão armados até os dentes. Eles nos
massacrariam!
– Porque não
passamos um rádio convocando reforços para cá? – opinou Gusmão, simples e
objetivo. – Helicópteros talvez.
– Estes grileiros não
iriam invadir a floresta ilegalmente sem o apoio de rádio...
– Eles nos
interceptariam – acrescentou Mascarenhas.
– Com toda a
certeza – concordou o capitão. – Ficaríamos num fogo cruzado...
– Mas o senhor não
disse que nós não podemos deixar eles escaparem, capitão?
– Cala essa porra
dessa boca, Gusmão! Eu sei o que falei!
– O que vamos fazer
então? – tornou Mascarenhas, monotonamente repetitivo.
– Esperar – disse um
Siboldi resignado. – Apenas esperar...
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