sexta-feira, 11 de março de 2011

O FANTASMA NA MÁQUINA

   A noção de que este mundo na verdade não passa de uma grande ilusão da realidade visível, teoria esta defendida por uns poucos físicos de ponta, isolados e malditos, homens ao qual eu me alinho de coração, e de que no fundo não passamos de um bando de escravos governados por máquinas, é um tema desenvolvido pela trilogia cinematográfica "Matrix", que eu tive o prazer de rever nesses dias de carnaval, já idos, e agora somente pertencentes a um determinado holograma estocado em algum ponto do multiverso, outra das teorias heterodoxas a qual eu me alinho, e apenas acessível aos cérebros desprogramados pela escravidão cotidiana do TER.
   Nesta série, como muitos de vocês talvez já saibam, a grande maioria dos humanos não passa de pasto, combustível, para perpetuar a estirpe de máquinas desalmadas que assumiram o poder. Um velho tema volta e meia ressuscitado pela ficção científica, mas que no caso desta trilogia, malgrado a mistura de uma centena ou mais de mitos tirados de várias mitologias espalhadas pelo mundo, me agrada muito!
   Este universo fantástico de "Matrix", embora extremamente pessimista e escatológico, encontra ressonância numa série de pontos em comum com a nossa história do Senhor das Águas, romance inédito, mas que ainda aguarda que alguma editora se interesse por ele, ou então eu mesmo o publicarei nas páginas eletrônicas deste blog!
   Será que somos mesmo partes descerebradas de um mecanismo gigantesco que não suporta elos desconexos em desacordo com a cadeia? Neste caso, ou seja, uma vez que concordamos com a ideia central da trilogia, em "Matrix" isto é colocada de maneira bem explícita...
   Para aqueles que estão bem familiarizados ao contexto do filme, basta dizer que naquele cenário futurístico, "fictício", programas de computador interagem com outros programas diversos, uns influenciando os outros, ao passo que alguns, dentre estes programas, na verdade brigam pelo poder na Matrix!
   Entretanto dois deles tem papel fundamental na trama: o Oráculo e o Arquiteto. Vamos falar agora sobre o primeiro deles...
   É graças ao Oráculo que a política dos rebeldes de Zion, que lutam contra a Matrix, se baseia, e graças também a ele, Oráculo, que os rebeldes irão encontrar aquele que os liderará na vitória, o Escolhido, Neo, numa clara aproximação ao tema bíblico do Messias, mas sobre isto já se escreveu à farta e o Senhor das Águas se caracteriza por um pensamento sui generis...
   O Oráculo conduz o Escolhido a um caminho mais ou menos planejado pela inteligência da Revolução. Quando digo "mais ou menos" é porque existe um fator imponderável muito importante nas equações que movem o universo, que se trata do Livre Arbítrio, mas este é aplicável, e mais ou menos adaptável, às escolhas que fazemos, e este é outro importante fator na equação, porque graças às nossas escolhas no presente é que construiremos o futuro... Não é assim...? Não concordam...? Mas uma coisa vocês tem de concordar: todos estamos inseridos nesta matriz que nos domina... Certo...? Errado...?
   Não se esqueçam, também, que é da boca do próprio Neo que nós ficamos sabendo que o mais importante é a "escolha".
   O mais importante, entretanto, na opinião deste escriba do Senhor das Águas, entre o jogo ficção X realidade, metáfora e/ou máscara, a realidade espelhada pela poesia da obra de arte, nós ficaremos com o diálogo entre o Oráculo e o Escolhido, logo no início do segundo filme da série, "Matrix Reloaded"...
   Neste "encontro" algumas das verdades que norteiam nossas vidas são ali reveladas, disfarçadas por um discurso um tanto quanto informatizado, virtual.
   Ouçam com ouvidos bem atentos, como o dos discípulos que seguem o mestre montanha acima...
   Será que descobriremos a identidade do fantasma que manipula a engrenagem...?
   Ainda não desta vez.
   Antes, porém, de tentarmos decifrar este mistério, lembremos que outro momento fundamental neste mesmo filme, talvez o acme de toda a trilogia, o cofre onde está inserida a chave, a revelação final, é o encontro entre o Escolhido e o Arquiteto...
   Não percamos suas pegadas...
   Semana que vem...

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