Mouzon
interrompeu-se, remoendo algo.
Felipe silenciou também,
enquanto fitava o mar de seus sonhos longínquos, talvez para se despedir dele
definitivamente, então parou e fitou Mouzon com uma expressão altiva.
– Você ia dizer
mais alguma coisa, Mouzon...
– É... Ia...
– O quê?
– Não tô querendo
dar uma de filósofo, nem bancar o pai pra você, mas a sorte volta e meia sorri
pra nós quando a gente menos espera, sabia?...
– É o que dizem...
– É o que dizem,
não, é verdade!
– Tá... – retrucou
Felipe meio enfarado. – O que você queria dizer mesmo?
– Você conhece uma
ONG multinacional chamada Sweetwaters? – Felipe continuou a encará-lo mudo,
indecifrável. – Conhece ou não conhece, porra?
– Quem não conhece
a Sweetwaters? Mas o que ela tem a ver com essa porra toda?...
– Muito mais do que
qualquer um de nós poderia imaginar...
– Peraí...
– Eu disse a você
que a sorte...
– Foda-se a sorte,
Mouzon! O que a Sweetwaters tem a ver com essa porra?
– Essa mulher salvou
a pátria pra nós, rapaz!...
– Que mulher você
está falando, caralho?
– Ah! Está
interessado nela?
– Fala logo,
Mouzon!
– Os dois maiores
executivos da Sweetwaters no Brasil tem uma secretária que é bisbilhoteira...
– Pooorraaa!
– Foi graças a esta
santa, que eu descobri uma operação chamada PAÍS DAS ÁGUAS, que tem a ver com essa
merda toda que está acontecendo em Roraima. Dentro desta operação existe uma
hierarquia muito bem montada sobre uma empresa que eu diria destinada a começar
o Apocalipse...
– O quê?! Você
enlouqueceu, seu veado, ou andou bebendo?! O que quer dizer “PAÍS DAS ÁGUAS”?
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