Dois helicópteros
da polícia civil sobrevoavam o espaço aéreo da favela desde muito cedo naquela
manhã azul...
Parecia feriado no
Morro da Mangueira. Ninguém descia para a escola, e aqueles que tencionavam
sair para trabalhar, driblavam o medo, porque emprego não era uma coisa fácil
de conseguir hoje em dia...
O aparato policial
militar, conforme Mouzon garantira, era enorme...
O tiroteio começara
imediatamente depois do início da ocupação nos arredores da Mangueira, entre os
traficantes de guarda e vários batalhões da Polícia Militar, que tomaram a
dianteira, seguidos de perto por grupos da Polícia Civil e da Federal...
O exército também
mandara uma unidade.
Entrementes, no
âmbito do setor de comando da operação, Mouzon apresentava Moffato a
Felipe.
– Ubiratan Moffato,
chefe do setor investigativo sobre atividades financeiras ilegais da ABIN... –
disse Mouzon, impessoalmente falando. Felipe cumprimentou-o sem nenhum
entusiasmo, talvez precavido pelo parceiro, embora demonstrasse uma educação
irrepreensível. – Tenha cuidado com ele, Felipe – volveu o delegado jocoso, mas
não disfarçando certa ironia atroz. – Eu não confio um centavo nesse homem...
– Engraçado você
dizer isso – retrucou Moffato com o mesmo espírito, segredando a Felipe logo em
seguida: – Eu também não gostei dele desde o início.
Todos se riram
deliciosamente falsos, porque ambos falaram a verdade brincando...
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