Aquele som
intermitente despertou-o sobressaltado no meio da manhã...
Que manhã?...
Ainda estava
escuro...
Naquele quarto
escuro...
Bom, Felipe saltou
da cama alarmado...
Ainda não havia
amanhecido, mas o sinal continuou...
Um sinal?...
Que sinal?...
Não, não, um
tambor...
Que tambor o quê,
ô!...
Aquilo não era
tambor, o tambor estava na sua cabeça, aquilo era a campainha!...
Felipe correu para
atender a porta...
Mas deteve-se a
tempo...
Não... Ninguém ia
subir sem a autorização do porteiro do dia...
Ou da noite?...
Tanto fazia.
Felipe despertou
meio que no tranco...
A campainha?...
Não era a campainha,
mas o interfone...
– Pronto – disse
Felipe meio mal humorado. – O que houve?
“Desculpe
interrompê-lo de madrugada, seu Felipe, mas é que tem um delegado aqui embaixo doido
pra falar com o senhor” – falou o porteiro através do aparelho.
– Um delegado?! –
Felipe, naturalmente, estranhou, esquecendo sua dor momentaneamente, e
esquecendo-se, inclusive, que não dormira a maldita da noite toda, mas aí o
próprio “delegado” pegou o interfone e disse:
“Desculpa te
acordar, Felipe, numa hora dessas... É o Mouzon. Tenho algo pra você”...
– Sobe logo,
Mouzon...
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