Quantas noites em claro, regadas a caviar e champagne, foram necessárias até que eu compreendesse, finalmente, o funcionamento da engrenagem que move o mundo.
Ao contrário do que muita gente boa poderia pensar, não são os governos nacionais, ou seus representantes, que comandam as nações...
Alguns expertos alegariam: “Ah! Isso é de conhecimento público! São os bancos, ou os conglomerados financeiros, que ditam as regras”, mas isto também não é exato.
E por trás das cortinas das instituições, que não tem rostos limpos, mas apenas sorrisos obscuros?
Bem, eu poderia explicar que sempre houve inúmeras sociedades secretas, herméticas, verdadeiras seitas esotéricas, que atuam neste mundo desde que o homem aqui chegou, há milhares ou milhões de anos...
São três incógnitas que precisaríamos esclarecer, e todas elas envoltas em obscuridade e divergência.
Algumas dessas seitas trabalham em prol do ser humano, para que este evolua com a certeza de que ele não passa de uma fagulha da grandeza de Deus, sujeito a algumas leis imutáveis, tais como a reencarnação e a do eterno retorno, seja do bem ou do mal, e para que este orbe periférico, ainda involuído, possa abrir sua visão estreita dentro de um universo convergente com a lei maior, a do amor.
Porém o contrário também existe, ou seja, aquelas seitas que trabalham pelo obscurecimento mundial, pela manutenção de um status quo trevoso, inimigo das luzes, e, ao que tudo indica, são esses grupos que ainda detém o poder neste mundo.
Esta é a conclusão a que chegamos, após inúmeras conversas entre nós, Cinthia e eu, desde aquele fatídico dia num hotel de Buenos Aires.
Cinthia revelou-me muito mais, abriu seu coração, franqueou-me seus diários pessoais, e talvez este tenha sido o seu erro capital. Uma espiã que detinha a carga de segredos de estado como os que ela abrigava, não poderia revelar isto a uma única fonte, como ela fez, por mais que ela tivesse absoluta confiança em mim. E agora que ela se foi, e a minha própria vida vai se esvaindo aos bocadinhos, é justo que o mundo entenda, de uma vez por todas, quem dá as cartas nesta esfera.
Ao longo se séculos, dezenas de livros tentaram contar esta verdade aos homens; muitos a censuraram, reforçando a política de silêncio imposta aos pobres mortais ao longo de milênios; outros colocaram certas palavras rituais, poções de abertura de canais de clarividência, proibidos aos não iniciados, em livros criptografados somente acessíveis àqueles que conheciam o segredo e as chaves de abertura. Quando esses livros falavam às claras, foi preciso que tais fraternidades das trevas atuassem em vários sentidos, a maioria deles de fácil dedução, entretanto, o meio mais econômico e fácil de deter que tal conhecimento se espalhasse, foi mesmo através de incêndios. Bibliotecas inteiras queimaram com o correr dos séculos, como aconteceu com a de Alexandria na antiguidade, e em mais de uma oportunidade!
Muitos estudiosos, alquimistas ou não, debruçaram-se sobre esses livros amaldiçoados, e muitos perderam as vidas...
Escritos cujos quais não se conhecem a origem, nem a linguagem, foram traduzidos, revelando aos adeptos os segredos para se atingir um poder só dispensado aos “escolhidos”. Dispositivos mágicos foram desenterrados dos arquivos de uma história oculta, ou das entranhas da terra, para auxiliar na busca desses peregrinos...
Muitos desses objetos mágicos não chegaram até nossos dias, mas os que sobreviveram deram origem à lendas e histórias que ficaram imortalizadas pela pena de escritores inventivos, muitos deles igualmente “iniciados”. É o caso da lenda do espelho mágico, quando um mago fala ao Mestre encerrado no interior do espelho, contando-lhe segredos e fórmulas mágicas para combater a magia negra e os inimigos da luz. Algumas vezes a temática é exatamente o contrário.
Estas histórias, querido autor deste fantástico blog “Senhor das Águas”, que se propõe a abrir os olhos dos cegos que pululam a nossa volta, pasme, são verdadeiras, e foi acreditando nelas que os iniciados nazistas começaram a sua busca pensando em descobrir o graal, e terminaram num reinado de terror.
Desta busca inicial, Hitler foi apenas uma ferramenta tímida, o chamado “boi de piranha”, que dá a cara para bater e a cabeça para enforcar...
E esta a história que eu passarei a contar a seguir...
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