Naquele mesmo dia,
na parte da tarde, Felipe Corrientes saiu de seu hotel com destino à sede do
jornal Folha da Tarde, entretanto, como era natural em situações como essas,
não o encontrou de prima.
Mostrou sua
carteira de identidade militar e pediu que o jornalista entrasse em contato o
mais rápido possível, mas acabou se lembrando que acabara de jogar o seu
celular fora. Não tinha importância. Deu o endereço e o nome do hotel onde
estava hospedado, bem como o número do seu apartamento, e deixou o jornal.
Ficou circulando
pelo Centro velho da cidade, admirando algumas belezas arquitetônicas que ainda
estavam de pé, a despeito da má conservação de muitos dos monumentos históricos
da cidade do Rio de Janeiro, e foi parar na Praça da Cruz Vermelha, onde uma
multidão se aboletava diante do Hospital do Câncer, tendo como vizinho, do
outro lado da Praça, a sede da Cruz Vermelha no Brasil, outro prédio antigo
caindo aos pedaços.
Sentou-se num dos
banquinhos da praça e, juntamente com mendigos, desocupados, outros suspeitos
em geral, e pacientes e acompanhantes do hospital do câncer, pôs-se a observar
a chusma de pessoas que circulava pelo local, cada qual com suas esquisitices
peculiares. Observou também o trânsito caótico das ruas próximas, e as barbaridades
que os motoristas faziam, utilizando-se dos veículos para extravasar seus desvios
psíquicos, e de como essas pessoas, ignorando sua doença social, faziam
manobras absurdas com toda a impunidade dos agentes da lei, se convencendo de
vez que a situação do Rio de Janeiro beirava mesmo a insanidade absoluta.
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