Foram duas das melhores semanas da minha vida...
Uma pena que a vida conjugal não seja feita de capítulos eternos como esses, em que sua magnitude avassaladora, por mais efêmeros que sejam esses momentos de prazer, parece tocar-nos um ínfimo instante mágico de imortalidade, que nos faz sentir seres infinitos.
Eu e Cinthia parecíamos mesmo feitos um para o outro. Mas então chegou a hora do trabalho para ela, o seu verdadeiro trabalho, quer dizer, eu não sabia disso ainda, como depois se me desvelou, no entanto, desde nossa chegada ao Rio de Janeiro, antes de qualquer coisa, tivemos problemas com nossa privacidade.
Foi preciso contar com segurança particular, feita pela polícia brasileira, para usufruirmos um pouco de sossego. Cinthia era mesmo muito popular.
Uma semana mais tarde, entretanto, em Bariloche, a tranquilidade foi quase absoluta, porquanto a cidade estivesse jogada às baratas.
Começava, então, o jogo de gato e rato iniciado desde os primeiros momentos que tocamos o solo argentino...
O que para mim soou ilógico, porque eu não conseguia compreender a insistência de Cinthia em virmos a Bariloche naquela época do ano, tampouco o balé das aparições públicas dela, coisa que ela evitara ao máximo até aqui.
Por que Cinthia insistia tanto em esquiar num verão atípico, em que a neve era pouco ou nenhuma?
Uma nota de um jornal argentino me daria uma pista, ainda que naquele momento, em particular, eu não soubesse interpretar devidamente a “estória”: “um dos maiores carrascos nazistas na segunda guerra, como já se tornou praxe, aliás, na Argentina, passa uma temporada tranqüila na estância turística de Bariloche. Ele foi identificado por agentes israelenses do MOSSAD, o serviço secreto de Israel, e, aparentemente, age como se não tivesse nada a temer... Por quê?”
Também eu não estava apto a responder àquela pergunta naquele momento específico.
Todavia, eu estava prestes a fazer uma das maiores descobertas da minha vida, quiçá, de todos os tempos...
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