E flagrou-a
debruçada sobre o seu laptop...
Sylvia perdeu a
cor.
Num primeiro
momento a ânsia de Celso foi voar no pescoço de Sylvia e torcê-lo com requintes
de crueldade, mas entendeu rápido demais que não deveria chamar a atenção da
secretária para o que ela acabara de ler no seu computador...
– Quem deu ordem pra
a senhora entrar na minha sala, D. Sylvia? – disse ele sério, demonstrando
autoridade, mas sem perder a linha.
– Não... É que... O
alarme apitou no seu laptop, Senhor... Aí eu fiquei com medo que fosse alguma
coisa muito importante, e como o senhor não se encontrava aqui na hora que a
mensagem chegou...
– Está bem, D.
Sylvia. Eu já entendi tudo. Por ora é só. A senhora pode se retirar...
Sylvia saiu
cabisbaixa, mas Celso não tocou mais no assunto.
– Eu quero que a
senhora tente localizar Dona Wirna...
– O celular dela
não atende, seu Celso – respondeu a pobre e assustada Sylvia, que tremia pelo
corpo todo. – Eu já tentei.
– A senhora já saiu
pra almoçar?
– Ainda não, seu
Celso.
– Então pode ir
agora... Está muito calmo isso aqui hoje...
– É mesmo, seu
Celso – volveu ela, ainda nervosa. – O próprio telefone quase não tocou e eu
fiquei sem ter o que fazer... Bom, de’x’eu ir, seu Celso...
Sylvia saiu do
escritório dos patrões, amaldiçoando a própria imprudência. Seu medo era
visível...
E se o Celso contar
o que aconteceu pra dona Wirna e ela me mandar embora?
Ai, Sylvia, como
você é burra!
Ah!... Quer
saber?... Foda-se a Sweetwaters!
Ela foi almoçar,
balançando os ombros caídos. Não tinha muitas esperanças nos homens...
Tampouco nas
mulheres...
Minha vida é uma
merda mesmo!
Foi o último
pensamento de Sylvia Salgado antes que a porta do elevador se fechasse...
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