Eu já não sabia
mais o que fazer para afastar o tédio que tomava conta de todos nós há mais de
duas semanas.
As notícias eram as
mesmas, todo santo dia...
“A reserva Raposa
Serra do Sol parece mergulhada num mar de tranqüilidade depois dos dias
conturbados das últimas semanas, quando ocorreram os conflitos de terra que
ocasionaram dezenas de mortes no nordeste de Roraima”...
Esta foi a última
notícia que eu lera num jornal daqui mesmo do Rio; depois tudo não passou de
uma repetição incessante da mesmice, alterando-se apenas umas palavras em
substituição a outras, porém com o mesmo conteúdo mecânico que os jornais sabem
fazer melhor que ninguém...
Putz!
Que saco!
Não agüento mais
olhar pra cara da Wirna e contemplar aquele rostinho...
De uma textura germânica
insolar...
Linhas duras
sempiternas que me lembram do famoso e arqueológico Muro de Berlim...
Ela nem perde o
tempo dela comigo...
Está sempre
ocupada, gerindo a Sweetwaters, que o faz, aliás, com muita competência...
Competência demais,
eu acho...
Essa é a diferença
entre os europeus e nós, por exemplo...
Tudo o que eles
fazem, chegam quase à perfeição. Até os riscos são calculados...
Mas nós temos uma
coisa que pra eles é um artigo de luxo...
A Criatividade
exacerbada.
Claro, sem
generalizar, porque o ser humano é ser humano em qualquer parte do mundo, e, em
se tratando do poder criativo, inerente ao ente humano, um nigeriano tem as
mesmas perspectivas que um esquimó.
Entretanto, com
todo o planejamento supereficiente dos europeus, eles não conseguem desenvolver
aquilo que em nosso povo abunda...
Eu acabo tendendo a
admitir que isto seja uma compensação divina. A um povo tão sofrido e oprimido
como é o brasileiro, Deus deu o dom da Criatividade, para contrastar com a
mecanização européia, que gera dividendos, mas não beleza.
Não sei se isso
pode ser colocado desta forma...
Eu fico olhando a
tela deste laptop aqui...
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