A música é uma dessas coisas que nos marca desde meninos, e nos acompanha durante toda a nossa passagem por esta vida. Portanto, é deveras natural que várias canções nos marquem em certos momentos inesquecíveis, de bom e de ruim. Todo mundo acalenta pelo menos uma dúzia! Aquelas canções que jamais iremos esquecer...
É ou não é?
Hoje, entretanto, está difícil escolher uma canção que nos embale nos desdobramentos inevitáveis desta vida bandida...
Eu confesso que as melhores músicas, para mim, ainda são aquelas do passado. Os motivos, porém, são diferentes daqueles elencados nas postagens anteriores.
É evidente que o mau gosto também impera na música atual, na maior parte dos artistas, pelo menos. Claro que temos exceções. Poucas, mas temos. Não vou citar nomes, nem para o bem, nem para o mal. Prefiro refletir nos fatores que fazem com que hoje não tenhamos tantos artistas produzindo tanta coisa boa...
A música, no Brasil, não seguiu um padrão diferente de outras artes. O crescimento se deu exatamente pela diversidade, que gerou uma qualidade inigualável. O Brasil, como um caldeirão cultural, teve influências as mais exóticas, por isso a música popular brasileira conquistou os quatro cantos do mundo.
Agora... Porque a mídia investe maciçamente naquilo que temos de pior? Os fatores são os mesmos das demais artes? Não completamente.
Nós possuímos uma "Inteligência" que monitora o gosto do público, principalmente no que tange ao universo do jovem, mas não somente, vejam bem...
Esta "Inteligência" determina o que deve vender como banana e o que se venderá como grape fruit, e a música erudita está colocada nesta segunda categoria. Porquê? É o que eu gostaria de saber. Porque a música erudita não pode ser popularizada? Mas o que é popularizar um produto artístico? É baratear os custos de consumo, de propagação nos meios de comunicação de forma democrática, até que ela se torne corriqueira na vida do público, que consome o lixo musical justamente pelo fácil acesso financeiro e per capita, porquanto é muito mais fácil achar um disco de um desses artistas populares do que, por exemplo, um disco de Villa Lobos.
O processo que vai da produção inicial de um disco até o alcance do consumidor, nas lojas, passando pela divulgação, etc. deve ser democrático, ou seja, igual para todos os tipos de música, e todos os artistas. A mídia tem de dar a mesma importância a todos os estilos, inclusive do ponto de vista informativo, esclarecendo o público consumidor dos porquês de cada um deles, para que este mesmo consumidor final possua as ferramentas necessárias para julgar qual é realmente o melhor produto cultural.
Infelizmente não é isso o que acontece, e o lixo cultural, mais uma vez, ganha uma notoriedade absurda do ponto de vista estético...
"Dê nome aos bois!"... Eu não! Acho que podemos conversar e refletir sem ofender a ninguém.
Podemos determinar valores a certos artistas dentro de um mesmo gênero musical, e essas escolhas sempre terão um caráter subjetivo, mas discernir o que é bom do que é ruim todos podem fazer, desde que tenham a noção sobre o que estão falando, ou comprando. O grande problema é que os meios de comunicação e informação não fornecem os códigos para que a maior parte das pessoas possam seguir as pistas certas, e o problema da democratização dos meios de informação também é um problema global...
Mas isto é assunto para outra postagem...
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