Um dos grande assuntos em destaque na mídia mundial nesta semana foi o "grande" casamento real na Inglaterra.
A primeira pergunta que me faço é se este casamento de "conto de fada" não se trata de história da carocinha...
Será que esta tal princesa abóbora não foi escolhida a dedo - lindíssima! Realmente não há o que negar - somente para figurar como uma boneca de vitrine para o futuro herdeiro do trono de Inglaterra, como foi a Lady Di?
Que ela irá perder a sua individualidade e, acima de tudo, o mais importante, a sua liberdade, isto é inegável! Será que vale a pena tudo isso?
Mas o que mais me espanta nesta história toda não é nem a família real em si...
Será que as pessoas, de uma maneira geral, e a opinião pública inglesa em particular, sabem o que foi a história da realeza na Europa?
Para aqueles que desconhecem esta faceta da história aqui no Brasil, deixe-me dizer que a "invenção" desta classe ociosa no velho continente não passou de conto do vigário...
Vamos às raízes de tudo...
Com o esfacelamento do Império Romano, e a distribuição do seu legado pelos reinos bárbaros conquistadores, ou herdeiros, inventou-se um tal de Absolutismo, que seria uma espécie de promessa divina aos reis germânicos e similares, ou seja, que aquela descendência "nobre" teria sido escrita nas estrelas do recém nascido cristianismo...
Foi o surgimento da noção do sangue azul...
Agora, o que foi, na realidade, o nascimento dessas novas elites nacionais que se autodenominaram herdeiras, pela graça de Deus, às benesses na Terra? Ora, nada mais nada menos do que um rio de sangue e cadáveres. Massacres humanos, morticínios monumentais, famílias inteiras dizimadas, infanticídios, intrigas palacianas, tudo isto amparado pela Igreja Católica Apostólica Romana, que também se considerava a Guardiã das Chaves do Céu, sempre ao lado da política vil dos usurpadores, e uma das principais beneficiárias de terras e riquezas.
Ou seja, minha gente humilde e crédula, a Nobreza Européia sempre foi a principal perpetuadora de injustiças sociais e guerras santas sanguinárias, tudo isso em nome das promessas vindas dos céus, mas que representavam o poder de vida e de morte sobre todo um povo miserável, e o meu maior defensor chama-se Shakespeare. Quem duvidar leia suas obras históricas.
Não foi à toa que duas das maiores revoluções da história humana, a Revolução Francesa e a Revolução Russa, ocorreram em território europeu, terra fértil da pusilanimidade, onde todas as injustiças convergiam, e tudo isto graças a quem...?
Mas o que tem isto a ver com a Família Real Britânica na atual conjuntura?
Aparentemente nada, se nós desprezarmos os desdobramentos místicos, metafísicos, espirituais, esotéricos, etc.
No entanto, o meu principal questionamento em relação a mídia internacional é o seguinte: porque festejar uma coisa com tão negras raízes históricas como a existência da Nobreza Européia? Porque tantas homenagens e louvores? Eu gostaria que alguém me respondesse esta simples perguntinha.
Portanto, quando alguém, amanhã ou depois, no futuro, vier me perguntar o que eu achei do Casamento Real, eu direi, simplesmente, que não assisti a nenhum deles, que este assunto me interessa tão pouco quanto a vida privada das minhocas do meu jardim. E se este fulano ou sicrano insistir em ter a minha opinião, eu responderei com tranquilidade: "Pergunte ao Shakespeare o que eu acho! A minha opinião é a mesma que a dele!"
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