(...) O cerco foi apertando paulatinamente após a fuga precipitada de Valparaiso.
Cinthia e eu quase perdemos a vida nesta instância balneária às margens do Pacífico. Estávamos sozinhos contra os nazistas do IV Reich. O governo norte-americano já contava Cinthia como baixa de guerra, o que significava dizer que não poderíamos contar com nenhum apoio oficial. Felizmente, a rede de ex-agentes que Cinthia conhecia pelo mundo era enorme, e todos eles, em maior ou menor grau, deviam favores a ela.
Desta forma deixamos Valparaiso como passageiros clandestinos de um barco pesqueiro suspeito, porque eu não podia contar com a minha imunidade diplomática nesta circunstância excepcional, os nazistas estariam de olhos atentos, e eu, certamente, seria carne queimada.
Por isso Cinthia foi obrigada a se disfarçar utilizando-se de todos os truques que aprendera em sua carreira de atriz, porque, de outra forma, também seria alvo fácil.
Todos, no barco, sabiam quem éramos exatamente, no entanto, nenhum daqueles homens era pescador tampouco. Dois deles, um chileno de nome Diaz, não sei se este era o seu nome verdadeiro, e um frances, que usava igualmente um nome de origem espanhola, fugiam dos serviços secretos ocidentais e soviéticos. Ambos eram agentes duplos.
O incidente mais grave da travessia para a Argentina se deu quando fomos interceptados logo após ultrapassar a fronteira. Sabíamos que os governos argentinos do passado tinham sido coniventes com os trânsfugas nazistas, mas os militares da década de setenta eram, em sua maioria, pró Estados Unidos.
Os nossos documentos foram perfeitamente falsificados. Já disse que nenhum daqueles homens no barco era pescador de fato, mas excetuando-se os dois agentes duplos, também em fuga, todos os demais eram agentes secretos a serviço do governo militar chileno, entretanto, o "comandante" do barco era um daqueles que devia a vida à Cinthia...
Vou encurtar a história o máximo possível...
Nenhum comentário:
Postar um comentário